terça-feira, 15 de setembro de 2009

A liderança do PS no progressismo pluralista

Em 2007, com a nova lei da nacionalidade, foram naturalizados 900 % mais imigrantes do que na soma dos dez anos anteriores. É um dado que revela o progressismo da esquerda democrática.

Mas a política não vive apenas da estatística. Vive da estatística, isto é, da leitura global dos acontecimentos, aliada a um sentimento que nos faz querer ver como as medidas governativas e legislativas se reflectem na vida diária das pessoas. Porque cada número negativo ou positivo é composto por milhares – até milhões – de pessoas para quem, mais do que barras num gráfico, as políticas realizadas podem significar mudanças significativas no seu quotidiano.

Ontem, segunda-feira, a campanha das legislativas passou pelas freguesias da Penha de França – onde habito – e da Graça. Foi na rua principal desta última que entrei numa daquelas lojas que vendem de tudo, sempre a preços baixíssimos. Uma família estava lá dentro. Uma família com origem em alguma zona do médio oriente, com a senhora a revelar a sua proveniência também nas vestes. Ela cuidava de uma criança, sorridente, que corria pelas secções da loja. O homem estava atrás da caixa registadora, hospitaleiro. Quando me viu com o folheto do PS, com a cara de Sócrates estampada na capa, apontou e disse: foi por vossa causa que me pude tornar português. Alguns dizem que não vale a pena estar na política. Vale a pena, por casos como este, em que vemos que nas eleições se decide o futuro de inúmeros cidadãos.

Para certo tipo de direita, o patriotismo define-se por oposição, por tradicionalismos exclusivistas. Ama-se o País odiando ou receando os outros. Para a esquerda progressista, o patriotismo define-se pela inclusão, pela vontade de partilhar o destino nacional com aqueles que, não tendo nascido cá, se esforçam e trabalham por Portugal. É um orgulho pertencer ao Partido que lidera o progressismo pluralista no nosso País. Esta é, especificamente, uma causa que me toca directamente. Embora eu seja português de origem, tal como o daquele senhor, o meu apelido não é português, e a minha ascendência também não (pais argentinos, avós espalhados pelo mundo). Mas amo Portugal. É esse o sentimento do pluralismo. Os pluralistas, por amarem e se dedicarem a Portugal, querem partilhá-lo com quem mostra semelhante amor e semelhante dedicação.

(também aqui)

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