terça-feira, 6 de outubro de 2009

I Love My City

Entrámos na última semana de campanha autárquica. No domingo, os portugueses, em todo o País, vão ser chamados – pela terceira vez este ano (ou quarta se forem açorianos) – a fazer opções políticas/ programáticas e a escolher um determinado rumo para o seu concelho e freguesia. Ao fim de 35 anos de Democracia este gesto já não nos intimida e, dizem os especialistas, até sabemos fazê-lo com muita ponderação, discernimento e perspicácia. Esperemos – e todos acreditamos que sim – que estes adjectivos prediquem os lisboetas no próximo domingo.

Há duas opções claras para a cidade: António Costa ou Pedro Santana Lopes. Bem sei as injustiças do voto útil, mas esta é a realidade e os partidos excluídos destas duas opções até a merecem. O resto da esquerda, o Bloco e o PCP, por questões de táctica política, quiserem colocar-se à margem de um governo para a cidade e não aceitaram coligar-se com o Partido Socialista. Preferiram, sem qualquer tipo de equívocos ou arrependimentos, colocar interesses partidários à frente do futuro de Lisboa. Se a esquerda tivesse toda unida, a coligação de direita liderada por Santana Lopes não teria a mínima hipótese de vitória. O PS tudo fez, no tempo oportuno, para construir uma coligação composta por toda a esquerda para governar a capital o que, infelizmente, esbarrou no taticismo político de outros partidos.

E quais são as diferenças entre as duas opções para Lisboa? Isto é, o que é que afasta António Costa e Pedro Santana Lopes? Desde logo, o estilo e o percurso político. Costa, depois de ganhar as eleições intercalares, prometeu “pôr a casa em ordem”. E cumpriu. A concretização de uma obra tão importante para a Câmara e para a cidade, pagar aos fornecedores, reestruturar o quadro de funcionário da CML, agilizar processos que estavam pendentes, reabilitar o bom nome da autarquia… Com a sua equipa, levou a cabo um trabalho que era urgente ser concretizado, sob pena da edilidade entrar em colapso. Um trabalho de formiguinha, como António Costa o reconhece, de uma utilidade enorme.

E Santana, perante estes factos, acusa o actual – e futuro – Presidente da CML de não ter obra, de não ter algo de palpável para mostrar aos lisboetas, mais um túnel, mais uma estrada, mais um estádio de futebol, mais dez piscinas, etc. Isto é, para Santana a prioridade é construir, independentemente da utilidade dessas mesmas construções ou das condições em que são feitas. É pena que muitos dos nossos políticos não tenham a ponderação, o discernimento e a perspicácia que o povo possui.

Lisboa, sendo a capital, é vista como a grande porta de entrada do País. Assim sendo, o futuro da cidade tem de ser assumido como um desígnio nacional, o que transcende a importante mas mais limitada realidade autárquica. E o programa do Partido Socialista para Lisboa tem três aspectos essenciais nessa construção de uma melhor capital: cuidar da cidade (as tais pequenas obras que beneficiam todos, como a repavimentação das ruas, tratar dos jardins, arranjar a calçada); reabilitação urbana, que passa por recuperar, efectivamente, os muitos prédios devolutos que existem e trazer para o centro histórico jovens; e devolver Lisboa aos transeuntes e afastar os veículos automóveis da cidade.

Agora, é tempo de escolhermos.

E eu sei que o título é piroso…