segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Portugal avançará

Para além de todos os outros cálculos e conjecturas, igualmente legítimos, o grande marco do resultado das eleições de ontem é este: a vitória do Partido Socialista, indissociável de uma grande derrota do PSD.

Entre duas visões, uma de progressismo nos costumes e aposta num melhor Estado Social, outra de conservadorismo e retrocesso nas políticas de igualdade de oportunidades, os portugueses escolheram a primeira para liderar o executivo.

Apesar de duas tentativas de assassinato político (Independente e Freeport), apesar de haver grupos profissionais descontentes com políticas sectoriais, alguns deles apelando directamente - como poucas vezes se havia visto - ao voto contra o PS (professores), apesar de todos os partidos da oposição tentarem culpar o PS pelos efeitos, em Portugal, da pior crise económica mundial em largos anos, apesar do maior partido da oposição ter feito uma campanha em que a tentativa de descredibilização de Sócrates foi uma componente importante; apesar de tudo isso, o Partido Socialista ganhou.

O Partido Socialista venceu estas eleições porque, mesmo tendo cometido erros na governação, o que é inevitável, afirmou-se como uma unida força de mudança, de coragem e de determinação, rumo a uma maior igualdade de direitos e de oportunidades. O Partido Socialista venceu estas eleições porque, com convicção nas suas ideias mas também com a humildade que a democracia recomenda, apresentou o seu projecto, sempre com um espírito de elevação do debate, de diálogo e de esperança. Os Portugueses viram essa postura dos socialistas e elegeram-na, dizendo claramente que é o PS que querem ver na liderança do Governo.

Durante mais quatro anos, com um espírito dialogante e convicto, os Socialistas voltarão a liderar novos caminhos, novas fronteiras, avançando Portugal.

sábado, 26 de setembro de 2009

Patriotismo

1 - Todos os partidos têm direito a proclamar-se patrióticos, desde que não digam que os outros não o são.

2- É falta de respeito pelo adversário político insinuar a sua falta de patriotismo. Os diversos agentes políticos têm de, cada vez mais, não duvidar das boas intenções, patrióticas, dos adversários; o que sim deve estar em jogo são as soluções que adoptam para concretizar esse patriotismo, o qual não deve ser questionado. Isto é, como socialista, reconheço que todos os partidos amam Portugal; simplesmente, diferentes partidos têm diferentes maneiras de traduzir esse amor em medidas palpáveis. Nunca duvidemos do patriotismo dos outros, pois é ele que nos une a todos enquanto Portugueses. Da esquerda à direita, estou certo de que todos queremos o melhor para o nosso País, tendo apenas diferentes conceitos quanto ao que é melhor ou pior. O PS nunca duvidou do patriotismo de ninguém. O PSD atirou ao PS, com o caso do TGV, acusações de falta de patriotismo. Acusações essas que não devem ter lugar num confronto de ideias democrático.

3- Paulo Rangel proclamou o patriotismo do PSD, no seu discurso de encerramento de campanha. Não duvido do seu patriotismo. Ontem, Alberto João Jardim, numa posição que arruina a unidade e solidariedade nacionais, fez declarações que traçam uma antagonia civilizacional entre duas partes do País, arruinando a ideia de unidade nacional. São essas declarações as seguintes: "há uma civilização que em Lisboa, num país com as dificuldades e problemas que temos, se põe a discutir se a drª Ferreira Leite entrou ou não no carro preto do presidente do Governo Regional da Madeira, ou se põe a discutir se alguém escutou o senhor Presidente da República, uma civilização que, neste momento, não discute as questões importantes para o País, e que, como tal, tem cada vez menos a ver com a civilização da Madeira». O PSD, ao não se demarcar nunca dos ataques lançados por Jardim à unidade da República Portuguesa, mostra uma profunda e manifesta incoerência.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sexta-feira dia 25



Chegámos ao final da nossa jornada de campanha, que culmina no dia 27 com a expressão livre do povo português.

Da nossa parte, aqui estamos com um sentimento de dever cumprido.

Tudo fizémos para dar vida e cor a esta campanha; tudo fizemos para estarmos presentes todos os dias na nossa cidade, no nosso concelho, a levar a mensagem eleitoral do PS aos cidadãos de Lisboa.

Hoje desçemos o Chiado, juntamente com centenas de militantes e simpatizantes do PS. Foi a primeira "desçida do Chiado" de muitos camaradas que integraram a comitiva de campanha de Lisboa ao longo destas últimas duas semanas. Não será, com certeza, a última.

Estamos convictos na vitória. Ainda para mais depois de um Comício destes! Carolina Patrocinio, deu-nos ainda mais força; Isabel Alçada falou com erudição; Duarte Cordeiro, como ninguêm, liderou a JS e falou do futuro de Portugal ao lado do PS; Almeida Santos foi a voz da experiência e o testemunho de que o PS é, do passado ao presente, uma grande família unida; Jaime Gama, aguerrido, transmitiu confiança na vitória; E claro, José Sócrates, com toda a sua convicção, mostrou-nos que essa vitória vai ser alcançada no próximo Domingo, dia 27.

Neste domingo, Portugal continuará a avançar rumo ao seu futuro! E a JS Lisboa, estará sempre ao lado desse Portugal livre, moderno e fraterno que, governado pelo Partido Socialista, será também mais justo, mais igualitário e solidário.

Partido Socialista, um partido...

(excertos do discurso de José Sócrates no comício de encerramento da campanha)

...Determinado e patriótico

“O PS fez a sua campanha apresentando as suas ideias e as suas propostas, mobilizando os portugueses para enfrentar a crise e modernizar o País. Ninguém pode desistir da confiança no seu País e da confiança nos Portugueses.”

...Pluralista

“Este é um partido aberto à sociedade. Estão aqui muitos independentes e simpatizantes. Eu quero agradecer a esses independentes e dizer-lhes que o PS tem muito orgulho na vossa participação, que faz de nós um partido mais forte ao serviço da democracia; e é por isso que agradeço as intervenções da Carolina Patrocínio e da Isabel alçada neste comício, que simbolizam a abertura do PS, um partido unido, um partido aberto, um grande partido, um partido da esquerda democrática. Um grande partido sempre procurou o melhor do mundo das ideias e nunca quis ficar preso às ideias do passado."

...Vitorioso

"Todos os votos contam. Não são as sondagens que os contam. Quem os conta é a democracia, a única coisa que conta são os votos que entram nas urnas. Por isso quero apelar à vossa mobilização: ate domingo lutar pela modernização do País."

...Jovem

"35 % dos jovens que têm vinte anos neste momento, em Portugal, estão a estudar na universidade. Esta é a media europeia. Nunca tantos alunos estudaram nas universidades como agora."

"Somos o único País no mundo onde todas as crianças têm acesso a um computador."

...Solidário

"Com este governo o salário mínimo aumentou 10 %. Nos 3 anos anteriores cresceu 0. Dez-zero”

A segunda semana de campanha






Na segunda semana de campanha, nao parámos um segundo.

De um lado para o outro, a distribuir flyers, a falar com pessoas, a ouvir problemas e a responder o melhor que soubemos.

De Marvila a Telheiras, passando por muitos mercados, estações de metropolitano, interfaces de transportes;

Do coreto de Carnide ao Limoeiro ou ao Martim Moniz, passando pelo colombo, pela freguesia da Charneca, pela Praça do Rossio;

Fizemos na quarta-feira dia 23 a tradicional desçida da Morais Soares e continuámos pelas zonas envolventes da Almirante Reis.

Quinta-feira fomos a Alvalade, percorrer a Av. da Igreja e ainda estivemos nos bairros Padre Cruz e Horta Nova. Terminando o dia no Campo dos Mártires da Pátria.

Fomos incansáveis e preparamo-nos agora para amanhã, sexta-feira dia 25, último dia de campanha ao lado de José Sócrates e de todo o Partido Socialista!

Uma boa campanha

Para fazer uma boa análise da campanha eleitoral, em minha opinião, é preciso algum autismo. Tentar não ouvir, por momentos, os comentários que, abundantemente, por aí se vão produzindo. E, sozinhos com a nossa consciência, olhar os factos, as evidências, as nossas percepções para, no fim, tentar chegar a uma conclusão. Algo difícil.

A campanha que hoje termina começou muito bem – refiro-me, mais especificamente, ao período denominado de pré-campanha. Houve debate, discussão de ideias, projectos diferentes e visões díspares sobre o País. E os portugueses ouviram. Os debates entre os principais candidatos, com os eventuais defeitos que possam ter, foram esclarecedores e obrigaram os candidatos a discutir as suas ideias e projectos – ainda que com algumas inverdades pelo meio ou demagogias. Colocaram frente a frente pontos de vista diversos, ou então o contrário, mostraram algumas ideias coincidentes.

Os portugueses, penso, ficaram a saber, em traços gerais, quais são as grandes ideias dos cinco principais partidos para o País. E os debates e a pré-campanha foram essenciais para esse esclarecimento. Hoje, todos nós, por mais alheados que andemos da vida política, conseguimos identificar no mínimo 4 ou 5 bandeiras de cada força política.

Depois começou a campanha: as tais duas semanas a percorrer as ruas e avenidas deste País. Houve menos espaço para a discussão de ideias, chegaram os casos e esfumou-se o conteúdo programático. Algo inevitável… Mas é interessante ver o País a respirar política.

Quem fez melhor campanha?

Montar uma campanha eleitoral, imagino, deve ser uma tarefa titânica. Quem é que o fez melhor? Sem dúvida, o PS. Porque uma campanha, para além de produzir momentos televisivos de boa emoção, deve transparecer uma mensagem. E o Partido Socialista conseguiu isso, em grande parte devido ao jeito (mérito, força, determinação) de José Sócrates para estas coisas.
O eleitorado – essa espécie tão evocada e de tão pouca percepção – ficou com algumas certezas face ao Partido Socialista. Em primeiro, que se propõe fazer coisas, isto é, ter uma postura activa na próxima legislatura. Construir auto-estradas, o TGV, o novo aeroporto, apostar nas energias renováveis, na qualificação, ter políticas de apoio social… Qualquer português identifica estas medidas e liga-as ao programa do PS.

Depois, viu um PS unido e sem problemas internos. Mesmo aqueles que nos últimos quatro anos e meio andaram longe do rumo traçado pela direcção nacional do partido fizeram questão de aparecer ao lado de José Sócrates. Em terceiro, um partido grande, que faz comícios, enche salas, tem banhos de multidão nas ruas. E, por fim, José Sócrates. Esta campanha – e todos os partidos contribuíram para isso – foi muito fulanizada. De longe, as figuras principais da campanha foram os líderes. Paulo Portas até chegou a dizer “não liguem ao CDS votem em mim”. E no combate da popularidade dos líderes José Sócrates foi o melhor, desde os debates entre os candidatos à energia durante a campanha. O que ao fim de quatro anos e meio de governação, depois de tantas manifestações e duros ataques pessoais, é algo notável.

Ao analisarmos a campanha do PSD somos obrigados a concluir que os seus resultados foram absolutamente contrários aos do PS. Desde a mensagem para os próximos quatro anos, que é de parar, de inacção – e, atenção, sei que estou a ser injusto mas esta é a mensagem que o “bom pai de família” recebe –, de um desvio neoliberal que vai privatizar as funções que ainda restam ao Estado, até ao facto de o partido não se ter unido em torno da líder. A campanha do PSD foi má. E não falo só da ausência de momentos de campanha ou de comícios. Com o desemprego tão elevado por que razão escolheu o principal partido da oposição a asfixia democrática como bandeira de campanha, ainda por cima assente em pressupostos falsos, como se veio a comprovar? Não faz sentido.

Três breves frases em relação aos partidos mais pequenos. José Sócrates desferiu um duro ataque em Francisco Louçã quando o acusou de querer acabar com alguns benefícios fiscais da classe média; Paulo Portas surpreendeu pela positiva; e Jerónimo, não tendo muito jeito para a televisão, mostrou que era um homem sério – para além de um condutor respeitável que não passa por cima dos peões.

Fazer uma boa campanha não basta para se ganhar eleições. O Partido Socialista tem o desgaste de quatro anos e meio de governação, volto a repetir, com uma forte contestação na rua e muitos ataques ao primeiro-ministro. As sondagens, hoje, não dão confiança alguma e ganhar optimismo com sondagens não é um caminho correcto. Por isso as incertezas ainda são muitas e os resultados imprevisíveis.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PSD e Salazar

Obviamente que Manuela Ferreira Leite está longe de ser como Salazar. Apesar da sua famosa gaffe sobre a democracia suspensa, a verdade é que ela é líder de um dos partidos históricos da democracia portuguesa, e submete-se à livre avaliação, nas eleições, de todos os portugueses. Não é o cariz democrático do PSD que está em causa.

O que está em causa é a forma como o PSD fez a sua campanha, e é isso que a comparação com Salazar - algo exagerada, mas eficaz no sentido transmitido - quer transmitir.

Em democracia, como bem nos explicam Habermas ou Richard Rorty, não há verdades absolutas, em termos da orientação político-normativa. Isto é, há verdades empíricas - estatísticas, factos comprovados - mas nunca há uma verdade, indiscutível, acerca de que valores uma governação deve prosseguir. Essa admissão da pluralidade de visões é um pilar incontornável da democracia. Por isso, todos nós podemos e devemos criticar as ideias dos nossos adversários caso não concordemos com elas. Mas o que não podemos fazer é afirmar que o partido a que pertencemos é dono exclusivo da verdade, e que todos os outros não só estão errados, como são mentirosos. Isto é, em termos de valores e orientações éticas, não há ideias verdadeiras e ideias mentirosas, porque nenhuma ideia política é comprovavél como se de uma fórmula química se tratasse. Há ideias certas e ideias erradas, e esse conceito - do certo e do errado - é, inevitavelmente, subjectivo.

É neste âmbito que surge a comparação com Salazar. Porque, sem duvidar de que o PSD é um partido que acredita na democracia, cometeu o erro de auto-proclamar-se dono da verdade. E isso é próprio de uma mentalidade autocrática, autoritária. O que um democrata deve fazer é acreditar profundamente na verdade daquilo que transmite, mas sabendo sempre que os outros, que dele discordam, têm igual legitimidade para acreditar na sua própria, e diferente, verdade. Essa atitude faltou ao PSD, tal como faltou a Salazar, tal como falta a todos os espíritos autoritários e anti-democráticos. O PSD é um partido anti-democrático e Salazarista? Não. Mas uma das suas principais ideias de campanha cometeu o erro de aparentar ser.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Porquê votar PS?

Os motivos que me levam a votar no Partido Socialista, vão desde a sua génese enquanto representante de ideias e valores, até às pessoas que nele se encontram e na sua forma de fazer política.
Seria impossível condensá-los a todos e deixar bem claro, um por um, cada motivo.
Assistimos hoje, de uma maneira geral, a uma apatia política por parte das camadas mais jovens que é assustadora. Hoje, em campanha, tive oportunidade de verificar isso, aquando da tentativa de nos aproximarmos de alguns jovens. Pior ainda do que a apatia é aquilo que me parece ser a reprodução impensada daquilo que estes ouvem em casa, uma vez que certamente a grande maioria destes não saberia responder com um mínimo de consistência a questões como "porquê não votar PS?".
A todos aqueles que se encontram indecisos, que se apelidam de uma esquerda mais radical, ou ainda os defensores de valores e ideologias mais à direita, deixo um apelo: que olhem à sua volta, e, nas suas vidas, procurem sentido no que dizem, no que pensam e sejam coerentes.
A juventude precisa de coerência.
Não precisamos de uma esquerda dividida, aos que se identificam com a esquerda à esquerda do Partido Socialista, peço que pensem tão-somente nisto (uma vez que, todos sabemos, a verdadeira corrida é entre PS e PSD): sendo de esquerda, preferem ver no Governo um Partido cuja lista é composta de conservadores e neoconservadores e opus dei, ou o Partido Socialista, da esquerda democrática, moderada, moderna e consciente?
Peço que olhem para o programa do Bloco de Esquerda e se apercebam de que, cada palavra, é pura demagogia, sendo que nos dizem tudo aquilo que à partida gostaríamos de ouvir, em que programas e promessas são irrealizáveis ou, ainda que passíveis de executados, são inconsequentes. O que nos divide, sobretudo, é a atitude. A honestidade e a presença de espírito de conhecermos os limites.
Olhando para programas e promessas mais à direita, que se tentem rever neles, que olhem em retrospectiva para as suas vidas, amigos e conhecidos, que façam uma projecção do seu futuro e que pensem, se é esse o caminho com o qual se identificam, que defendem, que acham justo e humano. A mim, pessoalmente, custa-me que a juventude seja, por vezes, tão tacanha, tão inchada de valores e de moralidade, quando, no dia-a-dia não os fazem vingar. Custa-me a falta de honestidade, a hipocrisia.
Porquê votar PS?
Eu não me questiono.

Justiça Poética ou Divina

Estamos a entrar na recta final da campanha para as eleições legislativas de domingo. Acredito que hoje as pessoas que ainda se afirmam indecisas, certamente, irão engrossar a abstenção em vez de ir votar – apesar de ter a confiança numa abstenção reduzida. É isso que indicam as regras: na última semana, quem ainda não se decidiu, normalmente, opta por não votar.
Mas os partidos políticos continuam, e em grande força, a sua missão: passar a mensagem, levar o seu programa político à população e, desse modo, conquistar votos. Pena que nem todos os partidos assumam esta postura.

Ainda ontem à noite ouvi um dirigente nacional do PSD, Morais Sarmento, voltar a falar na famigerada “claustrofobia democrática” e tecer críticas ao Governo nesta matéria. Como é que é possível ter tanto descaramento? Vamos as factos.

Uma fonte anónima de Belém – que toda a gente sabia perfeitamente quem era –, durante o mês de Agosto, desabafou ao jornal Público que o Presidente da República tinha a sensação de ser alvo de escutas por parte do Gabinete do Primeiro-ministro, dando até um exemplo, totalmente surreal, acerca do comportamento “suspeito” de um assessor de José Sócrates a quando de uma visita de Cavaco à Madeira.

Este acontecimento marcou a chamada silly season e foi aproveitado pelo PSD, e pela restante oposição, para cavalgar a onda da “claustrofobia democrática”. “Vejam só, até o próprio Chefe de Estado é espiado!”, diziam eles. Perante isto, Cavaco Silva nunca se pronunciou, permitindo que se fosse instalando a convicção de tais acusações serem verdade: em política, o que não é desmentido toma-se por verdadeiro.

E existiram críticas e mais críticas. Espaços noticiosos e de debate que deveriam ter servido para falar sobre o País e as propostas de futuro tiveram como ocupação discutir a “claustrofobia democrática”. Com um silêncio incompreensível de quem tinha a obrigação de falar e esclarecer a situação: Cavaco Silva.

Na última sexta-feira, o DN publica em manchete o conteúdo de um e-mail interno do Público, que desmascara Fernando Lima (assessor de imprensa de Belém e pessoa muito próxima de Cavaco Silva desde 1985) e refere as reais intenções de toda esta situação: fabricar, a partir da Presidência da República, um caso político que afectasse o Governo do Partido Socialista nas vésperas das eleições. E tudo com a conivência de um jornal: o Público.

Até vimos o director do Publico, o José Manuel Fernandes, vir, de manhã, dizer que o Governo – mais uma vez o Governo – tinha ordenado às secretas para vasculharem o e-mail do Jornal e passar a informação para o Diário de Notícias poder publicá-la. Para, à noite, vir rectificar o seu discurso e assegurar que não tinha existido nenhuma intervenção das secretas e que tudo não passava de uma fuga de informação interna.

Quais as conclusões disto tudo? Em primeiro, que a oposição – e aí incluo Belém (o que não significa necessariamente Cavaco Silva mas os seus assessore) manipulam melhor a comunicação social do que o Governo. Que há jornais que têm como caderno de encargos claro atacar o PS e o Governo. E que há partidos que, não tendo um líder nem um programa, se vêem na necessidade de produzir casos laterais para distrair os portugueses.

Ao fim ao cabo, num rasgo de justiça poética ou divina, quem vai ficar mais prejudicado com isto tudo ainda será o PSD de Manuela Ferreira Leite, que está umbilicalmente ligado à Presidência da República. Aliás, rectifico, quem verdadeiramente sai mais prejudicado é a democracia portuguesa que, em vésperas de eleições, não merecia mais este ataque, ainda por cima vindo de um órgão de soberania.

domingo, 20 de setembro de 2009

Frases de um democrata

Entrevista inteira aqui

"Fomos o primeiro e único Governo da democracia a manter a mesma Direcção de Informação na RTP durante três anos e que foi nomeada pelo anterior Governo."

"DN - Não se arrepende sequer do discurso contra o noticiário da TVI que fez no congresso do PS? José Sócrates - Não! Nada! Tenho direito a defender-me. Acho que não podemos ser tratados como eram os fuzilados no tempo de Estaline, que no momento dos tiros ainda tinham de gritar "Viva Estaline!". Tenho o direito de poder defender-me e de dizer o que penso, porque são as regras do jogo em democracia. Também tenho um ponto de vista, não são só os outros que o têm, porque isso de se pensar que só os jornalistas têm direito a exprimir a opinião e os políticos não parece-me duvidoso e pouco democrático."

"Como me defronto com adversários de respeito, preparei-me para esses debates porque é dever de um político nunca considerar um debate ganho ou ter excesso de confiança"

"Eu defendo o casamento entre homossexuais - já o defendia antes, mas agora sou mais a favor, porque tenho bem consciência da forma como foram perseguidos e maltratados os homossexuais. Não será uma vitória sobre ninguém nem contra ninguém. Será a sociedade a ficar melhor."

"Manuela Ferreira Leite passa a vida a fazer considerações menos positivas a meu respeito. Se a crítica faz sentido na democracia, acho que vai sendo um pouco de mais que se entretenha apenas a dizer mal e só faça ataques pessoais. Manuela Ferreira Leite tem de tomar consciência de que já vai sendo altura de dizer o que é que quer para o País, de positivo, um caminho ou uma ideia, porque é o que se pede a qualquer líder político"

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A nossa Quarta-feira, dia 16!


Esta Quarta-feira, a equipa das legislativas da JS Lisboa mostrou a sua forte presença em duas zonas da cidade: São Sebastião e o Bairro Alto.

Dois locais, que embora com dinâmicas diferentes, são próximos e presentes na memória de todos. São Sebastião, pela maternidade Alfredo da Costa, o parque Eduardo VII, o bairro azul, Palácio da Justiça, Liceu Maria Amália e tantas outras infra-estruturas ou actividades dignas de referência! O Bairro Alto, pela sua idade, pelo seu espírito, pelo seu multiculturalismo, pela antiga Escola Politécnica, Procuradoria Geral da República, Universidade Aberta, pela zona de lazer e divertimento nocturno, pelos seus quiosques e miradouros!

Destacamos da visita a São Sebastião as acções feitas nas imediações do El Corte Inglés, por ser um local privilegiado de acesso a muitos cidadãos!

No Bairro Alto, as distribuições de material obtiveram mais impacto junto daqueles que passeavam pelos quatro cantos do Jardim do Princípe Real. Também durante a jornada ao longo de toda a rua da Escola Politécnica dezenas de cidadãos certamente ficaram mais informados sobre as propostas políticas do PS, quando fomos ao seu encontro!

Campanha em S. Domingos de Benfica, Stº Condestável e Prazeres!



Nesta terça-feira partimos de manhã para as Laranjeiras, freguesia de São Domingos de Benfica, com vista a informar os cidadãos que se encontravam perto da Loja do Cidadão, das propostas políticas do Partido Socialista para a próxima legislatura.

Durante a tarde, estivemos pelo Bairro de Campo de Ourique, entre o Jardim da Parada e a Praça 31 de Armada, entre as freguesias vizinhas de Stº Condestável e Prazeres.

Ambas as acções foram recompensadoras, dada a receptividade do bom povo da mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Programa do PSD

Tendo acabado de ler na íntegra do programa eleitoral do PSD, seguem-se sucintos comentários sobre o mesmo. É um programa eleitoral que:

- se caracteriza por um profundo sectarismo. Ataca injustamente o PS em algumas áreas, como por exemplo menorizando totalmente o efeito da crise internacional na situação económica actual. E ignora totalmente qualquer avanço feito pelo Governo, mesmo em áreas nas quais as propostas do PSD revelam concordância com esses avanços governamentais;

- não tem credibilidade, visto o PSD, nomadamente através da sua líder, ter dito e feito coisas contrárias às disposições programáticas. São exemplos: as declarações de Ferreira Leite sobre a privatização de diversos sectores, a qual agora está um pouco mais moderada no programa do PSD; a proposta de reforma da segurança social, apresentada pelo PSD, que a privatizaria parcialmente, de forma obrigatória, o que agora, no programa eleitoral, passou apenas, em jeito de eufemismo, a um “estudaremos, porém, a introdução de medidas destinadas a que a pensão de reforma dos Portugueses passe a ser crescentemente encarada também como uma responsabilidade individual”; o facto do PSD, quando esteve no Governo, de forma a combater o défice, ter suspendido a construção de novos equipamentos sociais, o que é contrastante com “alargar o número e aumentar a qualidade dos equipamentos sociais” (frase do actual programa eleitoral). Isto é, temos uma esquizofrenia política baseada num contraste entre o que o PSD diz e faz na realidade, e o que o PSD escreve no seu programa.

- é homofóbico, não só por revelar, através do silêncio sobre a matéria, uma posição contra a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo; mas também porque em nenhum sítio se pode ler qualquer medida ou intenção de combater, de outras formas que não a legalização do casamento para todos e todas, a homofobia. Repito, tal o tamanhao da minha surpresa: não há nenhuma medida ou intenção de combate à homofobia; nenhuma. Aliás, a expressão homossexual, homossexualidade ou orientação sexual nem sequer surgem no programa.

- é ambíguo. Aqui, cito as minhas próprias palavras, de post anterior: “um programa apenas com princípios é muito diferente de um programa que aos princípios junta metas concretas. Este último é mais arriscado e permite uma mais fácil avaliação do seu cumprimento. Por exemplo, é muito diferente dizer “vamos criar emprego” do que “vamos criar 10 empregos”. A primeira frase é muito ambígua, e um emprego criado bastará para dizer que a proposta foi levada a cabo.” Ora, o programa do PSD é rico em frases bonitas, com as quais todos concordamos, mas que acabam por não significar nada em termos de medidas concretas. Ora veja-se esta: “encararemos o combate à pobreza como matéria multi-dimensional e complexa, que convoca as políticas públicas nas áreas da segurança social, da economia e do emprego, da imigração, habitação, educação e saúde, de modo transversal."

- é um vácuo em determinadas áreas; são um exemplo a questão do combate à homofobia, que já abordei, ou a questão do salário mínimo, a qual também já abordei neste outro post.

- revela, em certos aspectos, uma forte insensibilidade social. O silêncio sobre o salário mínimo é um exemplo. Outro exemplo pode ser encontrado nesta proposta: “Consagraremos formas de participação e de co-responsabilização dos encarregados de educação, condicionando certos apoios sociais do Estado ao cumprimento dos deveres escolares do(s) aluno(s) a cargo.” Sou a favor desta proposta se ela abranger só as famílias com um nível de rendimento médio ou alto, que não vêem nos diversos apoios sociais algo de essencial para viver com dignidade. Ora, esta medida apresenta-se como aplicável a todos, o que é verdadeiramente chocante. Isto é, o PSD julga que, por exemplo, a forma de combater a falta de assiduidade de um aluno de uma família pobre é retirar à família pobre alguns apoios sociais caso o aluno não deixe de faltar. A ser aplicada esta medida, inúmeras famílias verão a sua situação económico-social ainda mais fragilizada. Mas, para o PSD, uma família ter dificudades em chegar ao fim do mês apenas motivará os alunos a ser melhores. Que bela visão da escola pública. E para não ser mal interpretado como Ferreira Leite, o meu “bela” é, obviamente, uma chocada e revoltada ironia.


(também em www.jovemsocialista.org)

Curioso

Neste artigo de hoje no DN, podemos ler o seguinte, a propósito de um injustificado entrave à campanha eleitoral do PS: "de manhã, à entrada do Barreiro, a GNR decidiu parar três carrinhas da caravana, ameaçando retê-las, por estarem revestidas de telas com as cores da campanha e, alegadamente, não terem a licença camarária necessária. O PS alega que não se aplica a Lei da Publicidade em carros de campanha eleitoral. Os agentes deixaram-nos ir. E não mandaram parar o autocarro de campanha do PS, que tem exactamente as mesmas características e lhes passou à frente."

Curiosamente, o Barreiro é uma Câmara CDU.

Se fosse ao contrário, isto é, a campanha da CDU parada numa Câmara PS pela GNR, já meio mundo estaria a falar disso, aproveitando politicamente o caso. Neste caso em específico, as reacções têm sido serenas ou inexistentes.

É caso para dizer: dois pesos e duas medidas.

(também em www.jovemsocialista.org)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Segunda-feira em campanha





Na passada Segunda-feira, o momento alto do nosso dia de campanha foi uma longa arruada entre a Praça Henrique Paiva Couçeiro, freguesia de S. João, a freguesia da Penha de França e o coração da freguesia da Graça.

Ao lado de candidatos a deputados por Lisboa e de candidatos a presidentes de Junta nas próximas eleições autárquicas, a JS marcou fortemente a acção.

Os quinze elementos da JS presentes, dinamizaram esta "desçida" interagindo com os transeuntes e moradores, entrando nos muitos estabelecimentos comerciais ao longo das ruas e avenidas percorridas, sempre de flyer na mão e boa disposição no rosto.

Venham mais percursos como este!

Avançar Portugal

O programa do Partido Socialista, que acabo de ler na íntegra, é um programa bem elaborado, abrangente e capaz de responder aos desafios do futuro. Obedecendo ao espírito da democracia, palavra tão utilizada como arma de arremesso por alguns que parecem ignorar que o PS é um pilar incontornável na fundação da democracia portuguesa e no seu contínuo aperfeiçoamento – até aos dias de hoje, como a limitação de mandatos e a reforma do parlamento comprovam – , afirmo, frontalmente, que julgo que mais poderia ter sido feito, nomeadamente ao nível: da progressividade fiscal, com a criação de um novo escalão de IRS para aqueles com maior rendimento – à semelhança do que o PS fez neste último mandato; de um comprometimento mais claro no aumento da Ajuda Pública ao Desenvolvimento – seguindo o exemplo pioneiro de Zapatero; e de uma maior especificidade no que diz respeito à postura do PS frente à revisão constitucional – aumentando, neste âmbito, o vínculo contratual-representativo entre eleitores e deputados e, consequentemente, entre a Constituição que estes alterarão e os próprios eleitores.

É sempre possível fazer mais. Porém, estas três áreas, acima referidas, não escondem o essencial das características deste programa:

- é um programa que alia princípios gerais a metas concretas. Um programa apenas com princípios é muito diferente de um programa que aos princípios junta metas concretas. Este último é mais arriscado e permite uma mais fácil avaliação do seu cumprimento. Por exemplo, é muito diferente dizer “vamos criar emprego” do que “vamos criar 10 empregos”. A primeira frase é muito ambígua, e um emprego criado bastará para dizer que a proposta foi levada a cabo. Ao invés, com metas específicas, a fiscalização do eleitor sobre o Governo é mais facilmente posta em prática pois os compromissos, frequentemente assumidos através de números, são mais claros e transparentes;

- é um programa que responde à crise, com um largo leque de apoio às famílias e às empresas;

- é um programa que aposta no avanço do Estado Social e na sua reforma, de modo garantir a sua existência futura;

- é um programa que aposta no pluralismo, na liberdade individual, na modernidade e na igualdade de direitos; a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é um bom exemplo;

- é um programa que procura a eficácia, isto é, a adopção de medidas que, sem custar muito dinheiro aos contribuintes, conseguem agilizar, desburocratizar e acelerar processos de funcionamento do aparelho estatal.

Seleccionei alguns excertos do programa, tomando a liberdade de os titular.

Catastrofismo vs determinação

“Outros insistem em falar aos portugueses a linguagem do pessimismo e da descrença - mas do pessimismo e da descrença jamais nascerá um programa político bom para o futuro dos portugueses. A prova, aliás, aí está: incapazes de projectar o futuro do País, limitam-se a semear o medo e propõem-se apenas desfazer o trabalho feito: parar, adiar, suspender, rasgar – é essa a matriz das suas propostas, é esse o único programa de uma oposição destrutiva, que nunca foi capaz de propor soluções e de se afirmar como uma verdadeira alternativa que possa merecer a confiança dos por¬tugueses.”

A força da modernidade

“A balança tecnológica da economia portuguesa, tradicionalmente deficitária, passou a ser positiva. Dito de outro modo: Portugal passou a exportar mais tecnologia do que aquela que importa.”

“Promover a prescrição electrónica, com a desmaterialização de todo o circuito administrativo do medicamento”

“Reorganização territorial das freguesias, com consenso alargado, designadamente a associação de freguesias, sobretudo nas áreas urbanas e nas regiões de baixa densidade”

“Uso de telecomunicações de banda larga para permitir a prestação de depoimentos em tribunal”
“O reforço da participação eleitoral através do “voto em mobilidade”, permitindo o voto dos cidadãos em qualquer ponto do País, independentemente do local do recenseamento“

Destruindo o mito do aumento da pobreza e das desigualdades sociais

“Com o Governo do PS reduziu-se o risco de pobreza em Portugal (de 19% em 2004 para 18% em 2007) e reduziram-se também as desigualdades sociais (o rendimento dos 10% mais ricos comparado com o dos 10% mais pobres, que era 12,2 vezes superior em 2004, caiu para 10 em 2007).”

“Entre 2004 e 2007, a taxa de risco de pobreza entre os idosos baixou de 29 para 22%; e reduziu-se a desigualdade de rendimentos, passando de 6,9 para 6,1 a relação entre os rendimentos dos 20% de portugueses mais ricos e os rendimentos dos 20% mais pobres”

Emprego: os números que desmentem o negativismo do PSD

“No domínio do emprego, a taxa de desemprego tinha finalmente começado a descer em meados de 2007 para chegar aos 7,3% no final do primeiro semestre de 2008 (um valor inferior aos 7,5% que se registavam no final do primeiro trimestre de 2005, quando o PS chegou ao Governo). Os dados do INE assinalavam à época a criação, em termos líquidos, de 133 mil novos empregos desde o início de funções do Governo do PS.”

Somos diferentes da Direita que suspendeu a construção de equipamentos sociais para reduzir o défice

“Construção e renovação de equipamentos sociais, incluindo a rede de cuidados continuados integrados”

Uma proposta em prol da transparência

“Divulgar on-line todos os apoios prestados às PME, como instrumento de transparência dos apoios públicos”

Um Partido que não critica o aumento do salário mínimo nem o faz desaparecer do seu programa eleitoral

“Definir linhas de evolução de médio-prazo da Retribuição Mínima Mensal Garantida”

“Prosseguir com a elevação do salário mínimo nacional, em concertação com os parceiros sociais, e assumir novos objectivos, procurando, também, o seu acordo”

Combatendo o desemprego

“Reforçar os mecanismos de inserção profissional para desempregados não subsidiados, nomeadamente através de programas de estágios ou empregos de transição que assegurem a participação de um mínimo de 25.000 beneficiários”

Pelo direito ao TGV

“Concretizar a Rede Ferroviária de Alta Velocidade, ligando Portugal à Europa e dando coesão ao eixo económico Coru¬nha–Setúbal, concretizando as linhas Porto–Vigo e Lisboa-Madrid até 2013 e a linha Lisboa-Porto até 2015”

Incentivos à Educação

“A partir do ano lectivo de 2009-2010, será prestado um novo apoio social às famílias, para que elas possam assegurar a frequência do ensino secundário pelos seus filhos. Assim, os beneficiários dos dois primeiros escalões do abono de família que frequentem, com aproveitamento, o ensino secundário, passarão a receber uma bolsa de estudos de valor equivalente ao dobro do abono. Isto significa, portanto, a triplicação do apoio social: no ano lectivo de 2009-2010 para os que se inscrevam no 10.º ano, estendendo-se, progressivamente, nos anos seguintes a todos os anos do ensino secundário”

“No sentido de incentivar a mobilidade internacional dos estudantes, será duplicado o número de bolsas Erasmus, atingindo as 12 mil”

Uns querem acabar com os subsídios, promovendo a pobreza; outros querem é melhorar a forma de atribuição e acompanhamento dos subsídios

"Reforçar a efectividade da inserção social e profissional das famílias beneficiárias do rendimento social de inserção, de modo a que todas as famílias com mais de três meses na prestação estejam abrangidas por acordos de inserção, incluindo a contratualização de percursos de inserção profissional"

Contra a homofobia

"Remover as barreiras jurídicas à realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo"


(também aqui)

Um Domingo em Belém


A JS Lisboa esteve presente na acção de campanha Belém, no domingo passado. Passámos pelos célebres "pastéis de belém", e percorremos o Jardim do Império, tendo como panos de fundo dois dos ex-libris da cidade, o Tejo, e o Mosteiro dos Jerónimos.

Distribuimos flyers e outro material de campanha, obtendo uma boa receptividade por parte dos jovens casais que lá passeavam as crianças, de famílias inteiras sentadas nos bancos do jardim e de muita outra gente que escolheu Belém como local de lazer para apreciar a tarde de um Domingo solarengo.

Mesmo entre os inúmeros turistas, que nesta época do ano rumam a Belém, houve sorrisos e simpatia quando nos perguntavam o que andávamos ali a fazer. Todos nos desejaram "boa sorte", mas o resultado destas eleições nada tem a ver com a sorte ou azar. O bom trabalho realizado nos últimos quatro anos é que ditará o resultado.

Vai uma aposta?

A coragem da mudança

No último debate, em que enfrentou Manuela Ferreira Leite, Sócrates falou de algo muito importante: que, podendo ter cometido erros, o que este Governo nunca fez foi cair no erro de não fazer nada, de deixar tudo como estava.

Vejamos três exemplos que ilustram essa atitude, todos eles situados no domínio da Educação. As Novas Oportunidades, a generalização dos computadores portáteis e a avaliação dos professores.

O Governo podia não ter feito nada. Não havia nenhuma pressão social ou política para a execução de uma destas três medidas: eram temas fora da agenda ou, se dentro dela, claramente na sua periferia; temas acessórios, pouco centrais. Mas o Governo teve a coragem de fazer, teve a coragem da mudança. Teve a coragem de avançar com a formação para aqueles que não tinham tido oportunidade, nas suas vidas, de prosseguir os estudos; teve a coragem de aumentar a igualdade de oportunidades a nível das tecnologias educativas; e teve a coragem de terminar com a injustiça que era a total ausência de avaliação de uma inteira classe profissional.

Cometeu erros? Claro que o Governo cometeu erros. Há cursos das Novas Oportunidades que devem ser melhorados, há novas formações de professores e alterações programáticas a fazer em torno da universalização dos computadores portáteis (um sonho que há alguns anos seria apelidado de ficção científica mas que hoje é a verdade quotidiana: um computador por criança), e há que melhorar o modelo de avaliação do corpo docente, ou ao menos encontrar melhores vias para o diálogo com este último.

É impossível que uma medida, qualquer que ela seja, atinja o nível da perfeição, ou da ausência de erros significativos, nos primeiros anos em que é implementada. Perante este facto, há duas opções: ter uma atitude de bloqueio, de bota-abaixo, de imobilismo, nada fazer e desprezar os avanços feitos em prol da sobrevalorização dos erros naturais e compreensíveis, próprios de qualquer inovação; ou apostar na mudança, sabendo que não há evolução sem erros e a sua consequente correção, enfrentando com coragem o futuro, com a consciência da importância da mudança e da inevitável imperfeição do ser humano. Está claro que atitude escolheu a oposição, com a sua negação em reconhecer qualquer mérito ao Governo nas históricas mudanças implementadas. E também é clara a atitude que o Governo escolheu, com a coragem que assumiu as mudanças no País e com a humildade com que se compromete a aperfeiçoar as medidas tomadas, incontornavalmente imperfeitas dado o quão diferentes e inovadoras foram em relação ao passado.

De um lado, a oposição da crítica sem alternativa, da crítica pela crítica. Do outro lado, no Partido Socialista, a coragem da mudança.

(mais uma vez, também aqui)

"Porquê votar PS"

«Estamos a menos de duas semanas das eleições, a mais ou menos duas semanas de podermos ver se um projecto vai ou não ser continuado.

Poderia enumerar umas quantas razoes pelas quais não votaria no actual primeiro-ministro, umas quantas razoes pelas quais este Governo não me teria agradado, ou não me teria sido benéfico, … mas o sentimento de que o mundo não roda em meu torno leva-me a analisar com mais distancia e frieza os trabalhos que foram desenvolvidos durante estes quatro anos.

Não foi um governo ou um primeiro-ministro perfeito, acredito mesmo que tal conceito não exista mas, foi sem duvida o melhor que poderíamos ter tido nestes momentos algo conturbados da economia mundial e nacional.

Não é Portugal que está desempregado, é o mundo, porque não é só em Portugal que as empresas foram fechando, ao abrigo de uma crise mundial, mas de certo também e fazendo o aproveitamento de uma apontarem falências fraudulentas, deixando milhares de pessoas no desemprego.

O projecto deste governo é de oito anos e não de quatro, e por isso é mais que preciso que o povo português dê esse voto de confiança, e por isso faça a continuidade deste governo por mais quatro anos, na expectativa de que quando chegarmos ao fim estaremos num ponto muito melhor para enfrentar não a crise mas uma Europa que caminha alguns passos á nossa frente.

Assim penso que se o povo português não olhar alem do seu umbigo, e por isso não der a este governo a hipótese de terminar um projecto que iniciou há quatro anos atrás, estarão a colocar Portugal de novo na mó de baixo, estarão a fazer aquilo que popularmente se diz “ir de cavalo para burro”.

Se queremos vencer ou igualarmo-nos aos melhores precisamos acreditar num trabalho que tem frutos já à vista, … apelo por isso, se não uma nova maioria absoluta, uma maioria confortável, para que possamos continuar a caminhar, de forma a chegar na frente!»

João Paulo

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A liderança do PS no progressismo pluralista

Em 2007, com a nova lei da nacionalidade, foram naturalizados 900 % mais imigrantes do que na soma dos dez anos anteriores. É um dado que revela o progressismo da esquerda democrática.

Mas a política não vive apenas da estatística. Vive da estatística, isto é, da leitura global dos acontecimentos, aliada a um sentimento que nos faz querer ver como as medidas governativas e legislativas se reflectem na vida diária das pessoas. Porque cada número negativo ou positivo é composto por milhares – até milhões – de pessoas para quem, mais do que barras num gráfico, as políticas realizadas podem significar mudanças significativas no seu quotidiano.

Ontem, segunda-feira, a campanha das legislativas passou pelas freguesias da Penha de França – onde habito – e da Graça. Foi na rua principal desta última que entrei numa daquelas lojas que vendem de tudo, sempre a preços baixíssimos. Uma família estava lá dentro. Uma família com origem em alguma zona do médio oriente, com a senhora a revelar a sua proveniência também nas vestes. Ela cuidava de uma criança, sorridente, que corria pelas secções da loja. O homem estava atrás da caixa registadora, hospitaleiro. Quando me viu com o folheto do PS, com a cara de Sócrates estampada na capa, apontou e disse: foi por vossa causa que me pude tornar português. Alguns dizem que não vale a pena estar na política. Vale a pena, por casos como este, em que vemos que nas eleições se decide o futuro de inúmeros cidadãos.

Para certo tipo de direita, o patriotismo define-se por oposição, por tradicionalismos exclusivistas. Ama-se o País odiando ou receando os outros. Para a esquerda progressista, o patriotismo define-se pela inclusão, pela vontade de partilhar o destino nacional com aqueles que, não tendo nascido cá, se esforçam e trabalham por Portugal. É um orgulho pertencer ao Partido que lidera o progressismo pluralista no nosso País. Esta é, especificamente, uma causa que me toca directamente. Embora eu seja português de origem, tal como o daquele senhor, o meu apelido não é português, e a minha ascendência também não (pais argentinos, avós espalhados pelo mundo). Mas amo Portugal. É esse o sentimento do pluralismo. Os pluralistas, por amarem e se dedicarem a Portugal, querem partilhá-lo com quem mostra semelhante amor e semelhante dedicação.

(também aqui)

"Mata o pai e a mãe"

O título deste post parecerá chocante. E é. Só que não é da minha autoria. É uma citação directa de uma das pérolas com que Manuela Ferreira Leite nos brindou, no debate com José Sócrates.

Eis a frase no seu respectivo contexto: "O engenheiro Sócrates faz políticas erradas; a consequência é que o país não cresce, mas depois vai dar subsídios e ajudar; parece aquela pessoa que mata o pai e a mãe para depois dizer que é orfão".

Tentemos contornar a insensibilidade e ofensa que uma frase deste pendor roça, e abordá-la criticamente, fixando dois pontos.

Em primeiro lugar, ao contrário do que Ferreira Leite nos diz, o país cresce. Os dados mais recentes apontam para um crescimento do PIB, no segundo trimestre de 2009 face ao primeiro, em 0,3 % . E, até à crise económica mundial se ter iniciado, o crescimento económico aumentava e o défice diminuía, isto é, o País seguia um bom rumo.

Em segundo lugar, atribuir - como a frase da líder do PSD transmite - um papel de irrelevância e insignificância às prestações sociais, mostra uma visão de "cada um por si". Será que, por exemplo, uma medida como o Complemento Solidário para Idosos, que retirou 220 000 seniores da pobreza, não merece a aprovação do PSD?

Um filme para Manuela Ferreira Leite

A política de verdade de Ferreira Leite é a política do silêncio, a politica de apenas criticar ideias dos outros sem apresentar ideias próprias, a política da desqualificação moral e pessoal dos adversários, a política que utiliza ideias basilares da República - a democracia, a liberdade - , como armas de arremesso. A política de verdade de Ferreira Leite ignora uma das maiores verdades da democracia: a necessidade de respeito pelos adversários e de um diálogo franco e frontal, entre eles, sobre os problemas do País, sem insultos, insinuações, acusações não provadas.

Por isso, sugiro, como subtítulo para o slogan de Ferreira Leite, o título deste filme.

Até porque, mesmo sendo um filme de acção, não deve ter tanta violência, tiros e sangue como a verdadeira acção passada no Iraque, com o apoio da direita. Vendo o filme, Ferreira Leite pode também reflectir sobre tudo isto.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Socrates contra o gato (pouco) assanhado.

Correu bem ao secretário-geral do PS e recandidato a Primeiro Ministro esta primeira confrontação directa com aquele que é já uma referência do humor nacional. Numa entrevista em que ambos pareciam pouco à vontade, Socrates não queria passar uma imagem de falta de fair play e RAP parecia querer manter a conversa em tons amigáveis, rindo não de Sócrates mas sim com ele. Como pontos menos positivos ficam os dois momentos em que Sócrates adopta um tom de campanha eleitoral, quando sabia que não era o momento mais apropriado para um discurso formal e o ar atrapalhado com que RAP vai dirigindo a entrevista. Destacam-se pela positiva as referências familiares de Sócrates e o facto de referir como "amigo" um líder europeu fora do seu espectro politico (Nicholas Sarkozy) quando interrogado sobre lideres Europeus "Porreiros Pá".

No fim do dia iniciou-se uma nova experiência humorística em Portugal e ficou bem marcada a ideia de que para serem levados a sério, os políticos devem deixar-se desafiar directamente no terreno da comédia. E por falar nisso... lembremo-nos que não há muito tempo Santana Lopes criticava António Costa por ter autorizado uma visita do seu boneco do Contra Informação aos Paços do Concelho.

A força para a Campanha



Os militantes da JS Lisboa, sempre munidos de elevado sentido de camaradagem, solidariedade e dever, há muito que se vinham preparando para o desafio que é a campanha das eleições legislativas em Lisboa.

Há muito que eu ouvia nas mais variadas ocasiões, camaradas da JS Lisboa a perguntar como iria ser feita a campanha das legislativas, quando iria começar, se era necessária alguma ajuda ou contributo. Aos meses que os militantes ansiavam o momento que agora vivemos.

Uma campanha política desta natureza representa sempre um momento alto para uma organização política de juventude; ainda mais representará para nós, JS, pois com a nossa autonomia e dinamismo constituímos uma força indispensável para a vitória do Partido Socialista.

Alento e esperança são palavras que não cabem no nosso dicionário do dia-a-dia. Convicção, certeza na vitória, dedicação constante e prontidão, são as nossas palavras de ordem.

Há duas semanas, no Summer Fest da JS, o Secretário-geral do PS, José Sócrates, quando encontrou nas ruas de Santa Cruz parte da comitiva da JS Lisboa, pediu isso mesmo: entrega e firmeza da Juventude Socialista na jornada que terminará em vitória, no dia 27 de Setembro.

A nossa resposta foi que a nossa força para a campanha estará à vista de todos. E desde já um obrigado a todos os que têm connosco participado e aos que ainda vão participar!

domingo, 13 de setembro de 2009

Salário mínimo: PS vs PSD

Neste artigo do DN, podemos ler o seguinte excerto, que diz bastante sobre as dificuldades sobre quem vive com o salário mínimo:

"Saiu à pressa de casa, tomou uma meia-de-leite e uma sandes de fiambre no café da esquina, veio de carro até Lisboa, deixou umas moedas no parquímetro e bebeu a bica do meio da manhã antes de passar os olhos por este jornal? Então é um português privilegiado. Não ganha de certeza o salário mínimo, esses escandalosos 450 euros negociados entre o Governo, o patronato e os sindicatos. Dá apenas 15 euros por dia e no momento em que, já estacionado o automóvel, comprou o DN esfumaram-se por completo. E o pior é que as pessoas, mesmo que tomem o pequeno-almoço em casa e viajem de transportes públicos, precisam de muito mais para viver com dignidade. Afinal, há a casa para pagar, a comida, a roupa e também os livros para os miúdos, despesa sazonal que deixa as famílias em stress. "

É pelo dito neste texto que foi uma marca importantíssima o facto do Governo do PS ter aumentado em 10 % o salário mínimo e, assumindo que o valor alcançado até agora não pode ser encarado como uma meta final (valor que apesar de ainda poder ser considerado "escandaloso", se tratou de um dos maiores aumentos da Europa e contou com a concordância dos próprios sindicatos), se ter comprometido a aumentar o salário mínimo para 500 Euros em 2011.

Mas essa marca socialista não é apenas sinónimo de progresso do País rumo a uma maior igualdade de oportunidades; é também um tema em que, claramente, as opções de PS e PSD divergem. Como podemos ler neste outro artigo do DN, o PS tenciona, como afirmado no programa eleitoral, "prosseguir com a elevação do salário mínimo nacional, em concertação com os parceiros sociais". Não são referidos valores específicos no programa eleitoral pois essa é uma questão que o PS, enquanto Governo, já assumiu claramente: 500 Euros em 2011 (estando ainda por definir o valor intermédio para 2010). Nesse mesmo artigo do DN, podemos ler que o PSD é omisso na matéria do salário mínimo. Quando se diz omisso, é mesmo porque a expressão "salário mínimo" não surge uma única vez no programa eleitoral do PSD - o leitor pode verificar.

Por um lado, o PS assume continuar a elevação do salário mínimo, tendo feito, enquanto Governo, um acordo histórico que implica o valor de 500 Euros de 2011. Por outro lado, o PSD nada diz sobre o assunto.

É caso para perguntar: será a questão do salário mínimo uma questão pouco importante para o PSD? O pensamento do PSD sobre o salário mínimo ainda é o de que os aumentos acordados não são adequados, ou Manuela Ferreira Leite já recuou nessa declaração que atenta contra a igualdade de oportunidades? Se o PSD ganhar as eleições - o que esperemos, a bem do País, que não ocorra - rasgará o acordo histórico conseguido pelo Governo PS?

(também aqui)

sábado, 12 de setembro de 2009

A primeira acção em Lisboa!

No sábado, dia 12 de Setembro, a equipa da concelhia de Lisboa, integrada na Caravana Distrital da JS, esteve presente em Benfica, na primeira acção de campanha de rua que fizemos na cidade de Lisboa.

Esta fotografia foi tirada no mercado, onde comerciantes e fregueses saudaram entusiasticamente a comitiva de campanha socialista.

Como podem alguns dos nossos adversários insinuar que o Partido Socialista não tem uma alma popular, se é definitivamente a força política em que o povo português mais se espelha e revê!?

Da nossa parte, saímos ainda mais convictos disso mesmo quando terminámos a nossa visita ao mercado de Benfica.

Sê bem-vindo, camarada, simpatizante ou visitante!

Este Blog foi criado pela Concelhia de Lisboa da Juventude Socialista, com o intuito de ser um espaço virtual de análise e comentário da campanha para as eleições de dia 27 de Novembro.

Queremos dar voz aos jovens socialistas do concelho de Lisboa, que apoiam a candidatura do Partido Socialista e acreditam na vitória de José Sócrates e da esquerda democrática.

Reafirmadas as nossas convicções, é nosso igual desejo que este possa ser um espaço aberto ao debate, crítica e opinião do período eleitoral nacional que actualmente vivemos.

Aqui poderás também seguir um "diário de campanha", porque a JS Lisboa está diariamente presente nas ruas da cidade, a demonstrar o seu apoio ao PS, prestando assim o seu humilde contributo para a Vitória!

JS Lisboa